O município de São José do Seridó, no Seridó potiguar, vem se destacando por ações que promovem a preservação ambiental, fruto do engajamento de moradores e do apoio da gestão pública local. Um dos exemplos mais recentes é a iniciativa de incentivo à reprodução do canário-da-terra, espécie que quase desapareceu da região no início dos anos 1980 em decorrência da ação humana.
O projeto teve início a partir da observação do reaparecimento de canários na cidade pelo professor e geógrafo José Medeiros de Araújo Sobrinho, conhecido como Dedé de Badô. Sensibilizado com o retorno da ave, o educador mobilizou diferentes secretarias municipais para desenvolver uma ação intersetorial voltada ao estímulo da reprodução do canário.
Dedé, que também é coordenador do MUMUTROPS
- Museu Municipal de São José do Seridó - e um entusiasta da história local, lidera o projeto que une educação ambiental, memória cultural e ações práticas de preservação. Uma das principais atividades consiste na instalação de ninhos artificiais em pontos estratégicos da cidade, feitos a partir de cabaças doadas pelo artesão Giva Medeiros, criando condições para sua reprodução livre, na natureza.
Além de Giva, o projeto conta com a colaboração de Fernando Luiz, que, junto a Dedé, ajuda na disseminação dos ninhos pela zona urbana. A meta é proporcionar um ambiente propício para a reprodução dos canários, contribuindo com o equilíbrio do ecossistema e, como retorno simbólico, resgatar o canto da ave nas manhãs da cidade.
A ação já começa a ganhar visibilidade entre os moradores e serve como exemplo de como iniciativas simples, aliadas ao conhecimento técnico e ao apoio coletivo, podem transformar a relação entre o ser humano e a natureza.